“Não dá mais para confundir o momento da pandemia com campanha eleitoral”, afirma Caiado
Em mais uma rodada de entrevistas nacionais e locais, nesta quarta-feira, dia 1º, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, voltou a destacar a gravidade do atual momento da pandemia do novo coronavírus, não somente no Estado, mas em todo o País. E alertou àquelas autoridades que insistem numa tese de Pôncio de Pilatos, ou para ser mais direto, adotam a postura de lavar as mãos. “Não dá mais para confundir o momento de pandemia com campanha eleitoral”, foi taxativo, referindo-se aos prefeitos que ainda classificam a Covid-19 como algo “inofensivo”, com medo de perderem apoio popular e de empresários nas próximas eleições.
Atualmente, lembrou o líder goiano, o Estado atingiu a marca de mais de mil registros de contaminados por dia. “Fizemos uma quarentena preventiva no início, em março ainda, quando alcançamos 66% de adesão da população ao isolamento social. Num segundo momento, preparávamos uma flexibilização progressiva, que foi rejeitada pela maioria dos prefeitos em nossa reunião por videoconferência”, relembrou Caiado, referindo-se à conversa de mais de quatro horas realizada dia 18 de maio.
A negativa dos titulares dos Executivos municipais contribuiu para o aumento e agravamento de casos, e também elevou a curva de óbitos. Um dos exemplos citados deste quadro pelo governador foi a cidade de Trindade, que, mesmo com a iniciativa estadual de abrir leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no local, não tem conseguido controlar a disseminação do vírus entre seus habitantes.
Mais uma vez também, o governador garantiu que se a prerrogativa de traçar e implantar as estratégias de combate à Covid-19 fosse dele, a quarentena alternada já estaria em pleno funcionamento em Goiás – decisão do Superior Tribunal Federal (STF), porém, dá autonomia para Estados e municípios decidirem o caminho a seguir de forma independente.
Ainda durante as entrevistas, Caiado ressaltou que toda e qualquer medida a ser implantada, durante essa que é a maior crise sanitária mundial do século 21, só sai do papel para a realidade se tiver lastro científico e técnico. A própria quarentena alternada foi proposta pela Universidade Federal de Goiás (UFG), após projeções feitas por pesquisadores goianos. Aliás, não só estudiosos do Estado apontam essa ferramenta como exitosa – no mesmo sentido tem se pronunciado publicamente o reitor da Universidade Federal de Pelotas, Pedro Rodrigues Curi Hallal.
Para mudar a tendência de crescimento exponencial dos casos, Caiado disse que é necessário alcançar um índice de isolamento social entre 50% e 55% durante o período de 14 dias em que o comércio ficar fechado. Destacou, ainda, que a parceria com os municípios é essencial para o início dos trabalhos do rastreamento de contatos, que prevê o monitoramento do paciente infectado e das pessoas com os quais convive, durante dez dias. Esse acompanhamento ganharia a força de trabalho, por exemplo, dos assistentes sociais e agentes de Saúde comunitários.
Fim da dicotomia saúde x economia
Duas reduções estatísticas são perseguidas diariamente pelo governador desde o início da pandemia: o de mortes e o de desempregos num futuro bem próximo. Tanto que aliada à preocupação com a vida de 7 milhões de goianos está a criação de uma estrutura administrativa pensada exclusivamente para reaquecer a economia no Estado. A Secretaria da Retomada, que reúne atribuições que estavam, muitas vezes, sobrepostas em algumas áreas do governo, também chamou a atenção da mídia nacional pelo seu ineditismo no Brasil.
Caiado explicou que a estruturação da pasta não consumirá nenhum recurso público, pelo contrário, vai economizar verba dos cofres estaduais. Segundo o governador, é sempre imprescindível agir de forma preventiva, tanto na área da saúde quanto na econômica. “Tenho que hoje governar com prioridades diferentes das que eu tinha no meu plano de governo, em 2018. É preciso focar no que as circunstâncias atuais nos demandam”, ponderou.
Além da Secretaria da Retomada, o governador afirmou que a equipe da área de políticas sociais do governo tem atuado firmemente para diminuir as desigualdades regionais e auxiliar as famílias que se encontram em situação de maior vulnerabilidade. Ele informou que o Estado adquiriu cerca de 220 mil cestas básicas e que já foi iniciado um novo processo de licitação para a compra de mais kits.
Questionado pelos entrevistadores sobre a posição de alguns empresários à quarentena alternada, Caiado foi direto, como costuma ser em seus posicionamentos públicos. “Nossa proposta é deixar 50% do tempo o comércio fechado e os outros 50% aberto. Infelizmente, algumas pessoas parecem que nasceram com o ‘coração no bolso’, o que é uma anomalia”, finalizou.
As entrevistas nesta quarta-feira foram concedidas, ao vivo, à TV BandNews e à CBN nacional, e, ainda, à CBN Goiás.
Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás