“Devemos estar preparados para o pior, mas sempre esperando o melhor”, aconselha integrante do Gope

Se você não convive no ambiente policial ou se não tem amigos e amigas que vestem fardas, provavelmente nunca ouviu a sigla Gope. Ou, talvez, até tenha escutado ou lido em algum veículo de comunicação, mas tão rapidamente que nem deu tempo de internalizar o significado. Eis uma preciosa dica:

O Grupo de Operações Penitenciárias (Gope) é tipicamente operacional, vinculado à Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (Dgap). A principal missão é prover a segurança do Complexo Prisional do Estado de Goiás, além de outras atividades, como: transporte de detentos de alto risco; investigações e recuperação de foragidos; escolta de autoridades nas dependências prisionais; intervenção e contenção de rebeliões e motins em todo o ambiente carcerário.

“Quem atua na Dgap tem que ter atenção, jogo de cintura, equilíbrio emocional e não pode ter medo da morte. Você chega ao trabalho e nunca sabe se volta. Tudo isso sempre me incentivou a dar o meu melhor e a prestar atenção nos equipamentos de segurança cada vez mais”, detalha Julyana Silva Carvalho, 32 anos, que entrou para a polícia goiana após passar no concurso de 2010.

Esse sonho, ela sempre acalentou, pois em casa mesmo teve a referência de um herói: o pai policial, Melchizedec de Carvalho. “Ele sempre me incentivando, minha mãe sempre apreensiva”, brinca. E motivos para se preocupar, dona Maria Sebastiana tinha. Julyana atuou para controlar uma rebelião na Colônia Agroindustrial, onde ficam os detentos do regime semiaberto, em janeiro de 2018. “Sem dúvida, foi meu momento mais tenso na Dgap, pela gravidade do motim. Encontramos presos mortos, esquartejados e queimados”, conta.

A briga no Complexo de Aparecida de Goiânia foi motivada por rixa entre alas rivais. A confusão resultou em nove detentos mortos e 14 feridos, conforme noticiou a imprensa, à época. Durante o confronto, os presos atearam fogo na cadeira e os corpos foram carbonizados. “A carreira é realmente tensa. Devemos estar preparados para o pior, mas sempre esperando o melhor. Todo dia é um novo dia”, ensina a policial que acumula oito anos na DGAP.

A memória desta rebelião jaz, há algum tempo, na memória de Julyana e nas páginas policiais de jornais e sites ou nos arquivos televisivos e radiofônicos da mídia goiana. Atualmente, ela enfrenta outro desafio: integra a Força-Tarefa de Intervenção Prisional (Ftip), ligada ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen), que está no Rio Grande do Sul. Antes, também pela Ftip, esteve em Roraima e Pará.

A atuação da Ftip parte da autorização do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, por meio de portaria, em caráter episódico e planejado, para exercer a coordenação das ações das atividades dos serviços de guarda, de vigilância e de custódia de presos. Além disso, é função desta Força dar apoio às assistências previstas no artigo 11 da Lei de Execução Penal: assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa.  

“Hoje, realizei um sonho, que talvez tenha nascido na infância, a partir das conversas com meu pai”, sintetiza Julyana. Sobre o reconhecimento que o Governo de Goiás tem dado aos servidores da Segurança Pública, desde 2019, ela também opina: “Agora temos mais respaldo e em todos os momentos”, destaca a jovem que, até em momentos de lazer, se ocupa com filmes policiais ou de luta corporal.

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