Fundado no dia 10 de janeiro de 1977, o Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anaur Auad (HDT) é hoje a mais importante unidade especializada em doenças infecciosas do Centro-Oeste. Nas últimas décadas desenvolveu expertise para o enfrentamento de vários surtos epidêmicos de doenças graves, como a meningite, sarampo, febre amarela, tétano, hepatite, leishmaniose, malária, H1N1, entre outras. A unidade é referência nacional no tratamento de doenças sexualmente transmissíveis, como a HIV/Aids e de acidentes ofídicos e com animais peçonhentos e ainda, em Humanização, pelo Ministério da Saúde.

Pelo perfil de atendimento do hospital, os tratamentos costumam ocasionar internações longas e recuperações exaustivas. Com uma visão humanizada, o HDT vem buscando, nos seus 43 anos de existência, amenizar o sofrimento dentro do contexto hospitalar e estimular a participação ativa do paciente no tratamento.

Humanização

A coordenadora do Serviço de Vigilância em Saúde da unidade, Thais Yoshida, explica que todo o trabalho é realizado a partir da junção entre o componente técnico e o fator humano agregado ao cuidado. “A experiência do paciente é de todos. E compreende toda a jornada desde a chegada na instituição até a alta e recuperação”. Os projetos especiais com esse foco abrangem diferentes áreas do hospital, e proporcionam um atendimento humanizado aos pacientes que passam pela unidade.

Impacto 

Criado pelo Setor de Reabilitação a “Roda de Conversa” acontece todas as quintas-feiras, com a colaboração da equipe multiprofissional. “São realizadas atividades interativas  com intuito de promover a reflexão, maior relação interpessoal e a troca de experiências entre pacientes e acompanhantes”, destaca a terapeuta ocupacional da unidade, Marilda Polônio. Internado há quase um mês no HDT, José Batista, que já participou da roda de conversa, ressalta que o encontro estimula a melhora no tratamento. “É um espaço que acaba servindo como um momento de troca, carinho e amizade entre quem participa. Uma oportunidade de sair um pouco da rotina”.

Crianças

Já o Grupo de Acompanhantes da Pediatria que acontece geralmente às quartas-feiras, conduzido pela psicologia com participação da terapia ocupacional, nutrição, enfermagem, fisioterapia e o serviço social. “Oferecemos suporte emocional aos familiares dos pacientes internados e tratados no hospital”, explica o psicólogo da unidade, Bruno Borginho. Criado em setembro de 2019, o HDT Cultural é uma ação realizada mensalmente.

O diretor geral do hospital, Roger Moreira, ressalta que o objetivo é favorecer a interação e descontração entre as pessoas internadas no hospital. “O projeto já contou com visitas de jogadores de futebol, apresentações teatrais e com show musical. Fatores externos quebram a rotina estressante e impactam diretamente na motivação do paciente de reagir e aderir ao tratamento”, afirma Roger.

HDT em comemoração

Prestes a assoprar as velinhas do aniversário de 43 anos, o HDT realizou, nesta quinta-feira, dia 9, às 10 horas, no auditório da unidade, o lançamento do projeto “O DNA da experiência do paciente”. Abrindo o evento, o diretor da unidade, Roger Moreira, destacou que é um momento de iniciar novos ciclos. “Temos que reconhecer a história do hospital e sempre buscar a evolução da qualidade da assistência à população”. Trabalhando na unidade desde sua criação, a presidente da Comissão de História e Memorial do hospital, Ledice Inácia, ressalta a importância da unidade. “O HDT foi pioneiro no controle de infecções hospitalares em Goiás, é referência no tratamento de doenças infecciosas e dermatológicas, além de ser um centro de integração de ensino e pesquisa no estado”.

Com objetivo de trabalhar o paciente como centro do cuidado no hospital, o projeto, idealizado por alguns profissionais da unidade, foi apresentado pela coordenadora do Serviço de Vigilância em Saúde da unidade, Thais Yoshida. “O caminho a ser percorrido envolve a integração entre as diferentes áreas da instituição, o desenvolvimento dos profissionais para o cuidado centrado na pessoa e de habilidades comportamentais, o engajamento das lideranças e da alta gestão e o foco na melhoria contínua”, explicou Yoshida. Em seguida, foi aberta a exposição de fotos do médico Eros de Sousa, com o objetivo de tornar o ambiente hospitalar mais acolhedor e humanizado. A exposição contou com 40 quadros ilustrados por fotos de Goiás, Brasília e Rio de Janeiro.

O novo projeto é mais uma forma de humanização e valorização do sujeito inserido no contexto hospitalar. Desde que o Instituto Sócrates Guanaes (ISG) assumiu a gestão da unidade, em 2012, a unidade vem sendo reconhecida pela forma humanizada de assistir os pacientes. Em 2014, o hospital venceu o concurso cultural “Somos parte do SUS que dá certo”, do Ministério da Saúde (MS), e como prêmio recebeu menção honrosa da pasta durante a Semana Nacional de Humanização. Já em 2016, o hospital recebeu outra premiação, também do MS, em reconhecimento ao trabalho realizado na unidade, o que resultou no documentário “Humanização-SUS – HDT humanização contagiante”, que rodou todo país.