Carimbo de placenta eterniza emoção do parto em hospitais da SES

Uma iniciativa das residentes do Programa de  Enfermagem Obstétrica do Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI) tem intensificado a emoção das mulheres que dão à luz na própria unidade e no Hospital Estadual e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (HEMNSL). Após o parto, elas recebem das enfermeiras uma aquarela com o carimbo da placenta que nutriu e levou oxigênio ao bebê na gestação. A lembrança é confeccionada em folha de papel, com tinta guache. Nela, são registrados os dados da mãe, da criança, data, horário do nascimento e palavras afetuosas.

O carimbo da placenta está inserido no Projeto Árvore da Vida, implantado em março deste ano para favorecer, ainda mais, a humanização dos partos realizados nas duas unidades.

Coordenado pela enfermeira Amanda Santos Fernandes Coelho, o projeto é executado pelas preceptoras da Residência em Enfermagem Obstétrica, Juliana Lieggio Montalvão e Meiry Helena Gomes; pela gerente de Enfermagem, Luzia Helena Porfírio Berigo e, ainda, pela preceptora Samira dos Passos Hamum, do HEMNSL, cuja maternidade é utilizada como extensão do HMI para os casos de baixa complexidade.

Luzia Helena destaca que o projeto Árvore da Vida é uma das várias estratégias voltadas à humanização da assistência ao parto e nascimento. Visa à mudança do modelo assistencial em obstetrícia nas unidades estaduais, bem como a satisfação e marcas psicológicas positivas para a vida da mulher e sua família, uma vez que esse momento ficará eternizado em forma de arte.

Curso de aprimoramento

Para desenvolver o projeto, Juliana Montalvão fez um curso de aprimoramento do projeto parto adequado. Já a preceptora Meiry Helena participou do curso de aprimoramento para enfermeiros obstétricos do Projeto Apiceon, do Ministério da Saúde. Posteriormente, elas repassaram as residentes a técnica para a produção dos carimbos.

Juliana Montalvão informa que são beneficiadas com a lembrança as mulheres que tiveram partos de baixo risco, nos quais as enfermeiras com formação em obstetrícia são habilitadas a atuar. Desde a implantação da iniciativa, foram confeccionadas e repassadas às mães cerca de 50 aquarelas. A iniciativa tem sido tão valorizada pelas mães que a equipe de enfermagem decidiu expor parte dos trabalhos nos corredores do HMI, de forma itinerante.

“Além de divulgar o desenvolvimento do projeto, a exposição dos carimbos de cores variadas confere um tom de aconchego ao hospital”, sublinha Luzia Helena. O projeto concorre a um prêmio institucional do IGH, já sendo selecionado entre os oito melhores, dentre 29 projetos inscritos. Também foi apresentado no Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal, na modalidade de relato de experiência.

Uma das mães que recebeu o carimbo de placenta foi a costureira Maurilene Pereira de Jesus Melo, de 34 anos, que deu à luz sua terceira filha, Ana Beatriz, no HEMNSL. “Não tenho palavras para expressar a emoção e alegria que senti ao receber o carimbo da placenta, lembrança da gravidez da minha princezinha. Para mim, foi algo novo, extremamente gratificante”, acentua. Ela destaca que o gesto sintetiza a atenção, o respeito e o profissionalismo da equipe que trabalha na unidade.

Lembrança singular 

Juliana Montalvão avalia que o carimbo da placenta marca o momento do nascimento da criança, tão importante para a história de vida da mãe. Segundo ela, assim como as impressões digitais, cada placenta é única, uma lembrança singular do bebê. Para fazer o carimbo, as enfermeiras fazem a higienização da placenta, retirando todo o excesso de sangue proveniente do parto. Depois, passam sobre o órgão tintas coloridas, conforme a opção da paciente. Em alguns casos, a pintura é feita com o próprio sangue, proporcionando a coloração vermelha na aquarela.

O desenho simboliza a Árvore da Vida. Nela, o cordão umbilical representa o caule, os vasos sanguíneos remetem aos galhos e o tecido placentário são as folhas. Para Luzia Helena, essa arte constitui uma forma de eternizar o vínculo entre mãe e filho, ainda na barriga da mãe.

Ela enfatiza que a importância conferida à aquarela leva em consideração a função essencial da placenta na gestação, por meio da qual são transmitidos os estímulos e a energia que envolve esse amadurecimento. “Essa é a ligação mais significativa na geração de uma vida”, afirma.

Comunicação Setorial SES

 

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