Plano emergencial para Materno Infantil foi implantado antes da interdição

“Já estávamos executando um plano de trabalho para diminuir as deficiências. Pegamos um relatório do Corpo de Bombeiros com praticamente 30 apontamentos e já tínhamos executado boa parte deles. Faltavam 17 [na semana passada] e, desses, a gente está operacionalizando para executar”, declarou o secretário da Saúde, Ismael Alexandrino, em entrevistas concedidas nesta segunda-feira, dia 6.

Ele ressaltou que, “o governo implantou plano emergencial muito antes do pedido de interdição” do Hospital Materno Infantil (HMI) feito pela Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRTE-GO), e a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) já trabalha para melhorar a estrutura do HMI, ao mesmo tempo em que busca uma solução definitiva para a unidade.

Ismael Alexandrino tratou do assunto em duas entrevistas, a primeira ao jornalista Jackson Abrão, de O Popular, e, na hora do almoço, ao Jornal Anhanguera 1ª edição. Nas duas oportunidades, o secretário destacou que equipes da Secretaria de Saúde passaram o fim de semana trabalhando no Materno Infantil para agilizar as adequações e não prejudicar o atendimento. “Estamos trabalhando rapidamente para que, no prazo entre 15 a 30 dias, possamos resolver tudo que foi apontado e que motivou o Ministério Público do Trabalho a entrar com aquele termo de interdição”, relatou.

Na sexta-feira, dia 3, a Justiça do Trabalho já havia suspendido o pedido de interdição do Materno Infantil, acatando pedido do Governo de Goiás que, por meio da Procuradoria-Geral (PGE-GO), impetrou ação cautelar pedindo nulidade do termo. Agora, o Estado cumpre prazo para demonstrar o cumprimento das exigências do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. “Nós devemos resolver para que não coloque em risco a vida do trabalhador e para que tenhamos uma dinâmica, do ponto de vista de segurança, mais adequada”, explicou. Dentre as alterações, pontuou, estão troca do telhado, substituição de extintores de incêndio e retirada da central de gás, que já não era utilizada.

Novo Materno Infantil

Soluções de médio e longo prazo também têm sido buscadas pela equipe da SES-GO. Ismael Alexandrino contou que, inicialmente, o Governo de Goiás previa a construção de dois hospitais: um para tratamento de câncer e outro voltado para a cardiologia. Contudo, após a constatação da situação precária do HMI logo no primeiro dia de gestão de Ronaldo Caiado, os planos mudaram. “Dia 1º de janeiro estivemos no Materno Infantil, identificamos que esse seria prioridade em relação aos outros dois. Desde então, estamos trabalhando com a possibilidade de se construir um Materno Infantil robusto, pelo menos o dobro do que temos hoje.”

Ismael destacou ainda que é necessário reforçar a rede de atenção básica de Saúde. “Precisamos, em parceria com o município, fortalecer a atenção primária. Porque se existe um acompanhamento, existe uma atenção primária sólida, robusta, e só vão para o hospital aqueles casos mais graves, mais complexos”, argumentou o secretário.

Decisão midiática e irresponsável

O pedido de interdição do Hospital Materno Infantil foi duramente criticado pelo governador Ronaldo Caiado. Na última semana, Caiado classificou a determinação expedida por auditores fiscais da SRTE-GO como “midiática e irresponsável”, e ainda destacou que a medida, se aceita pela Justiça, poderia acarretar na demissão de cerca de 1,2 mil funcionários.

“É tão inconsequente, que fico imaginando qual é o cuidado que essas pessoas têm com a vida de dezenas de crianças em estado grave. Chega a ser criminoso. É preciso que se entenda que não é possível criar uma equipe especializada para tratar de cada criança daquela, recém-nascida, num estado de tamanha gravidade. Dispersar dez pacientes em cada leito de um hospital A, B, C ou D é algo que eu qualifico como absurdo. Não há equipes, não há pessoas suficientes. Estamos tratando de vidas.”

O secretário de Estado de Saúde, Ismael Alexandrino, também tinha alertado do risco para a saúde pública que a interdição do HMI poderia causar em coletiva de imprensa concedida na quarta-feira (01/05). O hospital é o único de referência em pediatra, neonatal materno no Estado de Goiás, e fechá-lo é colocar em risco imediato as 159 pessoas que estão lá internadas e outros quatro mil pacientes assistidos na unidade todo mês. “Não negamos que a estrutura não é adequada, mas refutamos por completo a forma que foi tomada em relação à interdição. Consideramos uma medida totalmente desproporcional, que coloca em risco a vida das pessoas”, argumentou.

 

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