Trânsito violento


Alto índice de acidente Levantamento da Polícia Militar mostra que primeiro trimestre de 2010 teve mais acidentes que em 2009.

O fato de dirigir falando ao celular já é suficiente para o motorista provocar um acidente. Trafegar sem o cinto de segurança é outro fator que pode gerar ferimentos, principalmente na cabeça e no peito. É o tipo de costume do piracicabano que, segundo a Polícia Militar, está contribuindo para o aumento das estatísticas de acidentes de trânsito. A realidade é mostrada pela planilha preparada pelo 10° Batalhão que, no primeiro trimestre do ano passado, atendeu 995 acidentes. No mesmo período deste ano foram 1.084.

De acordo com a capitã Adriana Cristina Sgrigneiro Nunes, sub-comandante interina do Batalhão, a área que mais tem acidentes é a da 4ª Companhia, que abrange a área Central, região da Vila Independência, Piracicamirim, avenida Comendador Luciano Guidotti, Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), até a divisa com a Ponte do Mirante. Esta ponte, segundo ela, é a campeã de acidentes. “Muita gente passa pela ponte dirigindo um veículo, falando ao celular e tentando trocar a marcha do carro ao mesmo tempo sem prestar atenção no veículo da frente.

Quando atravessa para a Vila Rezende, logo no final da ponte, tem um afunilamento que permite entrar para a avenida Juscelino Kubtscheck ou Rui Barbosa. É onde muitos querem sair da faixa da esquerda para entrar à direita e ocorre a colisão”. EDUCAÇÃO.

Adriana diz que de nada adianta fazer campanhas educativas, se a população não deixar de lado alguns hábitos que podem colocar em risco a própria vida ou a de terceiros. “Tem cidadão que mesmo conhecendo as normas de trânsito, não as obedece. As pessoas devem entender que acidente não escolhe classe social. Qualquer um que não tenha cuidado está sujeito a tornar-se vítima”, declara. “Também não adianta dizer que a culpa é da chuva ou do aumento da frota.

Quem tem culpa é o próprio cidadão, que não é cuidadoso”, afirma. AUTUAÇÕES. A Polícia Miliar, de acordo com a capitã, tem feito fiscalização constante em cima dos infratores do trânsito. “Para se ter ideia, por mês aplicamos cerca de 600 autuações em pessoas que dirigem falando ao celular, sem o cinto de segurança, e mesmo assim temos um alto índice de acidentes provocados por pessoas imprudentes”, declara.

Segundo a oficial, dos 1.084 registros no primeiro trimestre deste ano, 765 foram acidentes sem vítimas. Isso faz com que o policial tenha de parar um patrulhamento, por exemplo, para fazer a ocorrência já que os seguros exigem a cópia do BO. A Polícia Civil só registra os casos com vítimas. “É o tipo de ocorrência que desvia o PM de sua função, que é prevenir o crime”, completa. CONSCIENTIZAÇÃO NECESSÁRIA “A gente não quer um Estado fiscalizador; o cidadão é que tem de ser consciente e prestar mais atenção no trânsito” Adriana Cristina Sgrigneiro Nunes Capitã do 10° Batalhão da PM.

ANA CRISTINA ANDRADE
Gazeta de Piracicaba

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