Somente ontem, cinco pessoas morreram nas BRs.


As rodovias federais mataram, somente em janeiro deste ano, 32 pessoas. Somente ontem foram cinco mortes nas BRs que cortam Goiás. O que mais assusta é que neste mês oito pessoas morreram em perímetros urbanos – três em Goiânia, duas em Aparecida de Goiânia, duas em Porangatu e duas em Uruaçu. Alta velocidade e a falta de atenção de pedestres são fatores apontados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) para explicar o índice de atropelamentos.

O último caso registrado foi o do estudante de 17 anos, Carlos Augusto José Fernandes, que tentou atravessar as duas pistas da BR-153, na altura do quilômetro 503,7, em Aparecida de Goiânia. Morador de Uruíta, no interior do Estado, ele estava em Goiânia para fazer a matrícula dele na Universidade Paulista (Unip).

Ao atravessar a rodovia, ele pulou o muro de contenção da via e foi colhido por caminhão Volvo, morrendo na hora. O motorista do caminhão parou logo à frente e aguardou a perícia. Parte da pista ficou interditada até a retirada do corpo.

De acordo com o inspetor Newton Morais Souza, chefe do setor de comunicação social da PRF em Goiás, o que chama a atenção é que os oito atropelamentos registrados neste ano ocorreram em trechos urbanos, o que revela que pode ter havido falta de atenção tanto de motoristas, que trafegam em alta velocidade, quanto dos pedestres, que nem sempre usam as passarelas. “Onde não há passarela, a atenção tem de ser redobrada”, diz.

Ele contou que em fiscalizações da PRF no trecho entre Anápolis e Aparecida de Goiânia, motoristas já foram flagrados trafegando a mais de 150 quilômetros por hora, inclusive em trechos urbanos. Newton acredita que a volta das lombadas eletrônicas nas BRs, prevista para março, vá resolver parte do problema.
O inspetor considera que o número de passarelas nos 26 quilômetros de perímetro urbano da BR-153 também é insuficiente. “Seria importante que tivesse mais passarelas”.

Sucessão de tragédias nas rodovias

Ana Carolina Guimarães,
do Jornal Daqui
Uma série de acidentes, nas rodovias goianas, na tarde de ontem resultou na morte de pelo menos cinco pessoas. O primeiro acidente foi o atropelamento de Carlos Augusto José Fernandes, de 17 anos que morreu no local. Outros dois acidentes na BR-153, entre Anápolis e Pirenópolis causaram a morte de quatro pessoas.

Era pouco mais de 14 horas quando um caminhão carregado com frango esmagou o Fiat Uno em que viajavam Marcos Vinicius Tocantins de Mendonça, de 42 anos, Nívea Mara Galvão Florentino Resende, de 41, e a filha deles que morreu Ana Carolina Porto Tocantins, de 11. A menina e o motorista do caminhão, que ainda não havia sido identificado até o fechamento da edição, morreram na hora. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente pode ter sido provocado por uma caminhão, com mais de 6 metros de largura e 70 metros de comprimento, que transporta um transformador de 400 toneladas. O veículo ocupa quase toda à pista e segue com velocidade de 10 quilômetros por hora pelas rodovias do Estado. O veículo saiu de São Paulo em direção ao Tocantins.

No momento do acidente havia um grande congestionamento no trecho entre Anápolis e Jaraguá e o trânsito estava muito lento. A informação da PRF é de que o caminhão trafegava em excesso de velocidade.
Uma hora depois, outro acidente mobilizou equipes de bombeiros e a PRF. Cerca 5 km a frente uma caminhonete e um Fiat Siena bateram no trevo de acesso a Pirenópolis. A motorista, Alessandra Souza de Oliveira e a filha, dela Joyce de Oliveira Machado, de 16 anos, que estavam no Siena morreram. O filho de 10 anos de Alessandra ficou preso às ferragens. Bombeiros tiveram muito trabalho para fazer o resgate. Três pessoas estavam na caminhonete e tiveram ferimentos leves. Os feridos foram levados para o Hospital de Urgências do Anápolis.

Uma carreta carregada de leite em pó tombou, no fim da tarde de ontem, e tumultuou o trânsito da BR-153 com a GO-020, próximo ao Centro Cultural Oscar Niemeyer. A carreta tombou ao fazer o retorno pelo viaduto da GO-020 para entrar na Avenida Jamel Cecílio.

ENTREVISTA | NEWTON SOUZA
“Pedestre deve ter mais atenção”
O chefe do setor de comunicação social da Polícia Rodoviária Federal (PRF), inspetor Newton Morais Souza, disse que neste ano já foram registradas 32 mortes em acidentes ocorridos em rodovias federais que cortam o estado. Além disso, a PRF registrou oito casos de mortes por atropelamentos em trechos urbanos somente da BR-153. Ele atribui o grande número de acidentes à falta de atenção de motoristas, que trafegam em alta velocidade em trechos sinalizados como perigosos e à imprudência e desatenção de pedestres.

A que o senhor atribui tantos acidentes?
Temos de analisar dois pontos. O primeiro é a falta de atenção de pedestres, que atravessam trechos urbanos da BR-153, muitas vezes debaixo das poucas passarelas disponíveis. Já registramos casos de mortes bem debaixo de passarelas e existem poucas. Seria preciso um número maior à disposição dos pedestres. Outro fator está na alta velocidade em que os veículos trafegam na rodovia. Alguns já foram flagrados a 150 quilômetros por hora em trecho urbano, o que é um absurdo.

O Dnit divulgou que em março devem entrar novamente em operação as lombadas eletrônicas nas rodovias federais. O senhor acredita que isso resolva o problema?
Não resolve. É uma medida paliativa. Ela, com certeza, vai limitar a velocidade do tráfego de veículos em alguns trechos e isso é importante. Deve diminuir os casos de atropelamentos, pelo menos, mas o pedestre também deve ter mais atenção na travessia e fazê-la, de preferência, por meio de passarelas.
A alta velocidade é responsável também pelo número de acidentes com mortes ocorridas nas rodovias?
Em parte sim. Somente ontem tivemos cinco mortes em três acidentes distintos.Em janeiro, até ontem, já havíamos registrado 27 mortes. Agora, já são 32 pessoas mortas. Atribuímos também a isso, as chuvas da primeira quinzena.

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