Operação Lei Seca divide famosos no Rio
Já parado em blitz, humorista Hélio de La Peña opta pelo táxi. Segundo governo, cerca de 94 mil pessoas já foram paradas desde março.
Volta e meia a notícia de um famoso parado em uma blitz da Lei Seca traz a operação contra álcool e direção à tona. Na semana passada, a atriz Danielle Winnits foi multada por se recusar a fazer o teste do bafômetro. Questionada, ela deu entrevistas afirmando que não fez o teste para não se expor, criticando o fato dos holofotes apontados na mídia para as ações da secretaria de Governo do Rio. A crítica, no entanto, não é unanimidade. Há quem, mesmo parado, elogie a iniciativa. “Não há câmeras nas blitzes. Ela disse que não saiu do carro porque tinha muita imprensa, mas não podemos proibir que a imprensa, que vai por conta própria, esteja presente. Isso seria antidemocrático.
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, não tem jeitinho, carteirada, dinheirinho para o guarda”, sintetizou o subsecretário Carlos Alberto Lopes, que coordena as operações Lei Seca no estado. “Eventualmente pode haver algum exagero, mas essas blitzes têm a função de coibir a ligação direta entre álcool e volante e acho que têm dado certo.
Todo mundo hoje pensa duas vezes antes de sair pra tomar um chope e a maioria tem optado pelo táxi. É o meu caso’, conta o humorista Hélio de La Peña. “No meu caso, não estava dirigindo. Como havia bebido , evitei a direção e, quando fomos parados, minha mulher estava sem habilitação. Para que o carro não fosse rebocado, chamamos Maria Paula que morava perto do local da blitz. Fomos tratados com a maior educação”, lembra. Na semana passada, o ator Bruno Gagliasso teve sua carteira de habilitação apreendida após fazer o teste do bafômetro.
Em seu twitter, ele contou que havia bebido uma taça de champanhe. “Não estou nem um pouco bravo, agora sei que nem uma taça pode! Pra quem tá perguntando: não adianta, não pode nem uma taça mesmo! Bom nem arriscar bombom de licor”, aconselhou ele aos internautas. Lei Seca tem 20 equipes no Rio Segundo Carlos Alberto Lopes, o estado do Rio tem, ao todo, 140 pessoas entre agentes civis e policiais militares atuando todos os dias nas operações da Lei Seca, divididos em 20 equipes. “Gastamos no país R$ 30 bilhões por ano com acidentes de trânsito. Isso é 1% do PIB brasileiro.
Com esse dinheiro dava para construir 700 mil casas populares ou 550 hospitais. A gente poderia estar revertendo esses recursos para outras áreas”, compara Lopes, que afirma ser parado constantemente nas ruas por pessoas elogiando as ações contra a bebida ao volante. De acordo com o subsecretário, desde março 93.387 motoristas já foram abordados em blitzes da Lei Seca. Desses, cerca de 20% foram multadas e 8,09% tiveram a carteira de habilitação apreendida. Ainda segundo ele, o último balanço do Grupo de Socorro de Emergência (GSE) do Corpo de Bombeiros aponta uma queda de 27,2% no número de vítimas em setembro, comparando-se com o mesmo mês de 2008.
G1