Obra no viaduto tumultua trânsito.
Interdição parcial para reparos em asfalto do elevado dificultou tráfego.
Uma segunda-feira tumultuada no trânsito nas imediações do viaduto no cruzamento das Avenidas T-63 e 85. Quem mora, trabalha, ou passa pela região começou a semana, ontem, enfrentando a interdição parcial do viaduto.
O fechamento ocorre desde a noite de sexta-feira para realização de reparos no asfalto, que apresentou rachaduras provocadas por infiltração de água embaixo do aterro, na rede da Saneago. A empresa informou que já sanou completamente o vazamento.
A construtora que fez o complexo – viaduto com trincheira -, a Delta Construção, também se manifestou, garantindo que a estrutura do elevado “permanece intacta, sem qualquer comprometimento, uma vez que suas fundações não sofreram influência do vazamento provocado pelo rompimento da tubulação de água potável”.
A empresa está fazendo a recuperação do muro de contenção que dá acesso ao elevado e, conforme nota da assessoria de imprensa, continuará monitorando o terreno afetado pela infiltração para verificar se ainda existe vestígio de vazamento e a origem. A nota destaca que a Delta Construção tem preocupação com a qualidade técnica e durabilidade dos serviços e obras realizados pela empresa.
O viaduto foi inaugurado em dezembro de 2008 e está na garantia, como lembrou na sexta-feira o secretário Municipal de Obras, Francisco Almeida. Ontem, ele explicou que a recuperação do aterro está sendo feita em duas partes. “A primeira, que dá passagem ao fluxo da T-63, terminará em dez dias”, culminando, conforme ele, na liberação do trânsito pelo viaduto. Já embaixo do aterro, no ponto onde houve o vazamento, a estrutura está sendo reforçada. Será feito novo asfaltamento e o trânsito ficará impedido enquanto essa segunda etapa durar, o que está previsto para 30 dias.
Região de fluxo intenso, o trânsito ficou ainda mais tumultuado no trecho, provocando reclamações entre motoristas e prejuízos aos comerciantes. O problema no viaduto acaba gerando um efeito cascata nas demais vias, para onde o tráfego é desviado – isso refletia até na T-15 -, provocando lentidão, maior demora para os percursos e pequenos acidentes.
Os condutores que necessitam passar pela região devem adotar rotas alternativas à T-63. Quem trafega no sentido leste-sudoeste (Setor Pedro Ludovico – Nova Suíça), pode optar pela T-65. No sentido contrário, a melhor opção é a T-13. Já quem sobe a Avenida 85 e quer entrar na T-63 à direita, pode virar uma rua antes da obra. O presidente da Agência Municipal de Trânsito, Miguel Tiago, orienta que os condutores devem evitar passar pela região, desviando bem antes do viaduto.
NA HISTÓRIA
Interdição não é a primeira
Esta não é a primeira vez que o viaduto da Praça do Chafariz, no cruzamento das avenidas T-63 e 85, é interditado.
Em 2008, três dias após sua liberação para o tráfego, buracos abertos no asfalto levaram à interdição da pista para reparos.
O trânsito de veículos pela trincheira do complexo viário também foi paralisado, em várias ocasiões, para recolocação das placas de alumínio que revestem suas laterais.
Em 24 de fevereiro deste ano, o viaduto voltou a ser interditado, desta vez devido a um alagamento.
O problema já havia sido levantado em laudo elaborado pela Escola de Engenharia da Universidade Federal de Goiás (UFG), quatro meses antes da inauguração da obra. O laudo mostrava falhas no projeto de drenagem da água. Mesmo antes de sua execução, a obra foi alvo de várias críticas e problemas durante a realização.(C.O.)
ENQUETE
“O movimento caiu 70% desde sexta-feira. A situação é tão grave que dei férias para três funcionários para controlar o custo operacional do posto de combustível”
Clémerson Santos Tundisi, de 31 anos, gerente de posto de combustível
“Tumultuou tudo, até na T-15. No prédio onde moro, na porta agora há um ponto de ônibus. Nem saio de carro sem pensar antes. O que preocupa é se farão avaliação geral do viaduto para não ter riscos”
Zenaide Aparecida de Souza,de 47 anos, terapeuta ocupacional
“A sorte da ferragista é que muitos são clientes locais, mas com esse tumulto no trânsito da T-63, muitos clientes potenciais nem chegam porque não há como parar ou porque desviam da avenida”,
Cleovan Ferreira Camargo, de 36 anos, gerente
“Como motorista, ainda não senti transtorno ao trânsito, só o incômodo do barulho das máquinas. Mas quando se pensa em uma obra importante como um viaduto, o benefício é maior que os transtornos”
João Vitor Bonachela de Pádua, de 23 anos, estudante
O Popular – Carla de Oliveira //