O aumento insustentável de veículos nas ruas de Goiânia


Cerca de 270 veículos chegam em Goiânia todos os dias. Os zero-quilômetro representam a maior fatia (211), dada a facilidade em adquirir estes bens. Com uma frota superior a 900 mil carros e motos (a maior proporcional do país), a capital sente o efeito no trânsito, cada vez mais conturbado. O Ministério Público (MP) já diagnosticou pelo menos seis pontos de estrangulamento grave no trânsito goianiense, a maioria em setores nobres.

A população de Goiânia cresceu muito além da previsão de 50 mil habitantes para a qual foi projetada. A malha urbana, entretanto, não acompanhou a explosão demográfica dos últimos 76 anos. A maior parte das vias da capital é estreita, incapaz de oferecer trânsito rápido nos horários de pico.
Há, também, a combinação entre transporte público pouco atrativo e facilidade em comprar veículo próprio. “Infelizmente, a postura do governo federal ainda é a de estimular o transporte privado”, diz o presidente da Agência Municipal de Trânsito (AMT), Miguel Thiago.

À frente das mudanças no trânsito, a AMT cria corredores exclusivos e preferenciais, elabora programas de educação no trânsito e realiza intervenções para garantir o fluxo de veículos. A intervenção mais recente, conduzida pela Agência Municipal de Obras (Amob), criou ponto de conversão na avenida Goiás Norte para motoristas que desejem pegar a Marginal Botafogo, ou sair dela, sem necessidade de fazer retornos distantes.
“Todas estas medidas são paliativas”, reconhece Miguel Thiago.

O consenso entre os especialistas é que a única solução para o trânsito em Goiânia seria a construção de um sistema de metrô, que, além de envolver investimentos caros, levaria no mínimo 10 anos para ser concluída. Um metrô subterrâneo custa, em média, R$ 100 milhões por quilômetro construído, além de exigir intervenções drásticas na cidade.

“O futuro de Goiânia é o metrô. É caro, mas necessário”, afirma o diretor técnico do Detran, Horácio Melo. Apesar do alto custo, depois de pronto o sistema metroviário permite transporte rápido e seguro pela capital, sem competir por espaço com os carros, como acontece com os ônibus. “É um valor pequeno se considerarmos que o Brasil gasta, anualmente, R$ 30 bilhões em despesas com acidentes de trânsito. Com este dinheiro daria para construir 300 quilômetros de metrô por ano”, afirma.

“Enquanto isso não acontece, fazemos o que é possível”, afirma o presidente da AMT. A construção dos corredores exclusivos para ônibus nas avenidas T-7 e T-9 ficou para 2010. O trabalho será realizado em parceria com a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) e está avaliado em R$ 1,7 milhão.
A agência já realiza licitação para compra de tintas, semáforos e placas. A intervenção proibirá estacionamentos e conversões à esquerda nestas vias.

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