Lado triste do verão
Afogamentos, assassinatos e acidentes de trânsito somaram 472 vítimas
Somando afogamentos, assassinatos e acidentes de trânsito, foram registradas 472 mortes no Estado, na temporada 2009-2010 – quase cinco por dia.
Os crimes lideram a lista, com o registro de 227 assassinatos. Perto vem o trânsito, conhecido e antigo problema catarinense, com 208 casos. Os afogamentos deixaram 37 vítimas. O delegado geral da Polícia Civil, Maurício Eskudlark, afirma que o verão não influencia no número de homicídios. Ressalta que durante toda a temporada houve um assassinato envolvendo turista, ocorrido na Praia Brava, em Itajaí. Ele explica que as vítimas são as mesmas do restante do ano, ou seja, pessoas envolvidas com tráfico de drogas. Declara ainda que Santa Catarina tem os melhores índices do país, mas que é possível baixar.
Segunda principal causa de mortes no verão, o trânsito apresenta uma estabilidade na comparação com as duas temporadas anteriores (veja quadro acima). O chefe da Central de Operações da Polícia Militar Rodoviária (PMrv), major Marcelo Pontes, considera os números estáveis. Ele revela que 90% dos acidentes com vítimas são resultado de falhas humanas. Diz ainda que a maioria dos casos ocorridos no verão são registrados nas rodovias estaduais que passam pelo Litoral e na estrada que liga Tubarão a Lages.
O chefe de Informações da Polícia Rodoviária Federal, Carlos Wolff, atribui a variação nas rodovias federais ao aumento da frota, que todo ano cresce cerca de 5%. A esperança de que na próxima temporada caia o número de vítimas se concentra nas obras de duplicação da BR-101. Wolff projeta que a estrada estará quase concluída e com melhores condições de tráfego.
No longo prazo, Wolff defende maior rigor na aplicação do Código de Trânsito Brasileiro. Lembra que está prevista a perda da carteira de motorista para quem completar 20 pontos. Na prática, diz ele, não acontece. O chefe da PRF acredita que a entrada em vigor deste item impactaria positivamente na redução de mortes. Afogamentos ocorrem em área sem postos de guarda-vidas Quanto aos afogamentos, houve um avanço na comparação com a temporada 2007/2008 e redução na relação com o último verão.
O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Álvaro Maus, avalia que não há uma tendência definida. Ele declarou que a maioria das vítimas está em pontos sem postos de salva-vidas, o que indica necessidade de mais investimentos.
Diário Catarinense