Moradores e comerciantes apontam trânsito como o principal problema. AMT inicia intervenções na região.

Às vésperas do  bicentenário do bairro de Campinas, moradores, comerciantes e trabalhadores da antiga “Campininha” apontam o trânsito como principal problema existente na região. O bairro, que é predominantemente ocupado por comércios, poderá  ter parte desse gargalo resolvido por meio de  intervenções estudadas pela Agência Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (AMT), que começou nessa semana a revitalização da sinalização horizontal.

Margareth Maia Sarmento, presidente da Associação dos Comerciantes de Campinas, diz que já existem corredores preferenciais para ônibus naquela avenida, e que a restrição agravaria a falta de vagas de estacionamento em ruas adjacentes. “Se for proibir o estacionamento em um lugar, deve-se criar em outros. Hoje, esse é o principal problema de Campinas”, ressalta.
Miguel Tiago afirma que a readequação das vagas de estacionamento deve ser assimilada não como algo que venha sacrificar os comerciantes da região, mas sim no sentido de proporcionar um melhor acesso ao setor. “Mesmo com uma intervenção como essa, que traria comodidade para quem se dirige a Campinas, ainda a melhor saída para a questão do estacionamento seria a implantação do parquímetro”, diz.

Parquímetro
O sistema eletrônico de estacionamento foi idealizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), como alternativa, para a resolução da desorganização das vagas de estacionamento em regiões comerciais de Goiânia, como Campinas. O sistema consiste em um controle de chips instalados em cartões eletrônicos, acoplado a um pedestal de 1,10 metro de altura, dotado de leitores ópticos, cronômetros regressivos e bipes.

Foi estabelecido cerca de 30 mil vagas de estacionamento com o parquímetro, distribuídos em diferentes setores de Goiânia, como o Centro e Campinas. O projeto foi engavetado após denúncias de fraudes em sua licitação. Contudo, Miguel Tiago aponta o parquímetro como a melhor saída para resolver problema de estacionamento no bairro de Campinas. “Há um imbróglio jurídico que se criou, após denúncias vazias que fizeram o Ministério Público intervir. Mas creio que a população, principalmente os comerciantes, ganharia muito com o parquímetro”, afirma.
Margareth Maia Sarmento, presidente da Associação dos Comerciantes de Campinas, também compactua da ideia de que o parquímetro seria a melhor saída para o fim da angústia de falta de vagas de estacionamento, entretanto ela critica a restrição de estacionar na Avenida 24 de Outubro. “O parquímetro já deveria ter sido instalado, seria de grande serventia, pois inibiria aqueles que estacionam pela manhã e só desocupam a vaga à noite”, afirma.

 Restrição a veículos pesados

Outro ponto que desperta preocupação e aborrecimentos a quem trafega por Campinas é o grande número de veículos pesados estacionados e transitando nas estreitas ruas do bairro. A AMT já estuda a restrição de tráfego de caminhões em determinadas vias de Campinas. De acordo com Miguel Tiago, é uma intervenção necessária, mas depende de debates com o setor produtivo campineiro.“Não há ainda uma normativa para ser aplicada de imediato, mas estamos amadurecendo essa questão e estamos preocupados com os comerciantes, pois há um risco de que, se implementarmos essa restrição, poderia inviabilizar alguns comércios da região”, afirma.

Já Margareth Sarmento diz que o ideal seria a existência de horários preestabelecidos para o embarque e desembarque de cargas. “Campinas é um setor voltado ao comércio, e esse tipo de questão deve ser discutido com mais cautela. O setor produtivo não pode sofrer prejuízo.”

O Popular – Frederico Oliveira //