Em 6 meses, AMT multa mais de 23 mil por falta do uso do cinto.


Cresceram as autuações de motoristas  que falam  ao celular enquanto dirigem.

O goianiense está usando mais o celular enquanto dirige e menos o cinto de segurança. Dados da Agência Municipal de Trânsito (AMT) revelam que aumentou o número de autuações referentes a estas duas condutas, diretamente ligadas à segurança no trânsito. No caso do cinto, dobrou a quantidade de multas pelo não uso do equipamento no primeiro semestre dest e ano em relação ao mesmo período do ano passado.

De janeiro a junho deste ano, a AMT emitiu 23.557 notificações pelo não uso do cinto de segurança. A grande maioria – 22.763 flagrantes – refere-se ao condutor. Média de 130 multas por dia. No caso do uso do telefone celular ao volante, o aumento no número de notificações em 2010 foi de cerca de 32% nos seis primeiros meses do ano.

Vários fatores – alguns deles comportamentais – podem ter contribuído para a explosão do número de infrações pelo não uso do cinto de segurança. Os Conselhos Nacional e Estadual de Trânsito emitiram pareceres no ano passado dirimindo uma velha dúvida de motoristas quanto à autuação desse tipo de infração. Com o tempo, a população aceitou a falsa ideia de que a multa pela falta do cinto só podia ser aplicada se o condutor fosse devidamente abordado pelo agente, o que não é necessário. Com esses pareceres, as autuações tornaram-se cada vez mais comuns em Goiânia.

Contexto social
Para a psicóloga Marnene Soares, da Comissão de Trânsito do Conselho Estadual de Psicologia, os maus hábitos do motorista ao dirigir refletem o contexto social em que estão inseridos. “É uma análise que não pode ser feita isoladamente. Vive-se no mundo da competição, na era da velocidade, em que tudo tem de ocorrer imediatamente. As pessoas entram no carro e não acham tempo para colocar o cinto e passam a resolver suas questões pelo telefone antes de chegar ao seu destino”, observa. “Repetem-se condutas do contexto em que em estamos inseridos”, frisa.


Ainda para a psicóloga, o aumento deste tipo de infração traduz, também, uma cultura em que os princípios de cidadania foram deixados de lado. “Até por quem deveria dar o exemplo nesse sentido, como é o caso da escola e da família”, alerta.

Estudos demonstram que o risco de morte e de lesões graves aumenta em média 300% quando a pessoa que se envolve em um acidente não está fazendo o uso do cinto de segurança. “Quando atendemos uma determinada ocorrência, condutores e passageiros sempre alegam que estavam com o cinto. No entanto, pelas lesões que apresentam, fica claro que isso não é verdade”, cita o médico Wilton Adriano, que compõe as equipes de resgate do Corpo de Bombeiros. “Por isso as estatísticas nesse sentido serão sempre falseadas. O desrespeito ao uso do equipamento é certamente maior”, acentua.

O médico cita um caso atendido por ele recentemente, na Avenida T-1. Uma criança de aproximadamente 5 anos, que viajava num Fiat Strada, apresentava um trauma de face porque fora projetada para o parabrisa do veículo. O pai disse que a criança estava na cadeirinha, mas sequer dava para acoplar o equipamento de segurança no veículo.

O médico alerta, ainda, para que, além de fazer o uso do cinto, condutores e passageiros se atentem para a necessidade de ajuste adequado do equipamento de segurança.

Mais 97 agentes de trânsito estão nas ruas

As alterações nos números de autuações por falta do uso do cinto de segurança pode ter relação também com uma novidade nas ruas de Goiânia. Desde abril, mais 97 agentes de trânsito estão em atuação na capital. O efetivo, que era de 145 agentes, passou para 242, um acréscimo de 66% no contingente. Até o fim de outubro, o número deve ser ainda maior.

A Agência Municipal de Trânsito (AMT) convocou outros 30 aprovados no último concurso, que integravam o cadastro de reserva, para tomar posse. Destes, 20 já compareceram e aguardam o início do curso de treinamento, que deve ocorrer na segunda quinzena de agosto.

De acordo com o diretor de Fiscalização da AMT, Vicente José de Mendonça Júnior, a expectativa é chegar ao mês de outubro com 270 agentes nas ruas, praticamente o dobro do início do ano.

Vicente explica que os novos agentes estão atendendo demandas antigas do trânsito de Goiânia, em pontos críticos, como as imediações do Fórum de Goiânia, o aeroporto, o Centro e Campinas. Os novos agentes que ainda entrarão em atividade vão suprir lacunas de escalas trabalho, nos pontos onde há fiscalização fixa.
Reflexo
O diretor acredita que a maior presença dos agentes nas ruas esteja contribuindo para reduzir os avanços de sinal vermelho ao mesmo em que aumentaram as notificações por uso de celular e falta de uso do cinto de segurança. O crescimento no abandono do cinto também pode ser atribuído à frota maior de veículos nas ruas de Goiânia e à frota flutuante de automóveis de outros municípios, onde a fiscalização pode não ser tão intensa.


Vicente assinala que a presença do agente inibe o condutor, que deixa de cometer infrações que normalmente faria se não visse a fiscalização. Segundo ele, o trabalho da fiscalização está focado numa ação preventiva, principalmente em atitudes e infrações que aumentam o risco de acidentes.

Apesar do aumento no número de infrações por falta do cinto e uso do celular ao volante, o excesso de velocidade continua liderando o ranking de infrações mais cometidas pelo condutor goianiense, apesar de ter havido uma redução na quantidade de multas por esta razão. A boa notícia é que diminuiu, no período de janeiro a junho deste ano, o quantitativo global de infrações cometidas pelos condutores. Embora a redução tenha sido pequena, diminuiu, por exemplo, o número de infrações por avanço do sinal vermelho.(D.A.)

Preso duas vezes por embriaguez
Alfredo Mergulhão
Um homem foi preso duas vezes no intervalo de cinco dias por se envolver em acidentes de trânsito no município de Jataí. Ele bateu o carro em um caminhão na BR-060 e foi atingido por um veículo dentro da cidade na semana passada. No último caso, na segunda-feira, ele havia bebido mais que o triplo de álcool permitido pela legislação. Anilton Lourenço de Almeida, de 25 anos, chegou a ser preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e levado à Delegacia de Polícia da cidade, mas pagou fiança no valor de R$ 600 e foi liberado.

Anilton voltava de um encontro com familiares em um assentamento de produtores rurais, próximo a Jataí, na segunda-feira. Por volta das 15h30 ele perdeu o controle do veículo e saiu pelo acostamento da BR-060. “Na tentativa de trazer o Fiat Palio que dirigia de volta para o leito da rodovia, o rapaz atravessou o carro para a pista do lado oposto e colidiu lateralmente com a carreta”, disse o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ricardo Passos.

O carro ficou destruído, mas os motoristas dos dois automóveis tiveram apenas ferimentos leves. Após a batida, Anilton foi submetido ao teste do bafômetro, que acusou 1,056 miligrama de álcool por litro de sangue. O condutor foi encaminhado para a delegacia de Jataí, onde prestou depoimento, confirmou ter bebido cerveja e pagou fiança. O flagrante aconteceu no mesmo dia em que as polícias Rodoviária Estadual e Federal divulgaram balanço das operações de férias de julho nas rodovias goianas. Durante o mês, 91 condutores foram pegos dirigindo embriagados.

Anilton responderá na Justiça pelo crime de embriaguez ao volante, em liberdade. Mas esta não será o única pendência judicial que terá de enfrentar. O motorista de um veículo de Jataí afirmou que vai processá-lo por conta de uma batida acontecida na quarta-feira da semana passada, por entender que o acidente foi provocado por Anilton. O delegado Marcos Guerini, da 2° Delegacia Distrital do município, disse que o caso está sob investigação.

O Popular – Carla de Oliveira e Deire Assis //

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