Estradas têm 33 pontes em ruínas.


A situação de calamidade das pontes em Goiás não é exclusividade de Itaberaí, onde a estrutura que passa sobre o Rio das Pedras, na GO-070, desabou no início do mês. O diagnóstico da situação das rodovias, elaborado pela Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), verificou que existem 33 pontes em ruínas, em estradas pavimentadas ou não. Para recuperação de algumas e reconstrução de outras, os cofres públicos terão de desembolsar R$ 29,3 milhões.

Assim como as rodovias construídas há mais de dez anos, a maioria dessas pontes foi projetada com cálculos definidos a partir de uma expectativa de demanda que já foi superada. As estruturas ficaram obsoletas diante da quantidade de carga que os caminhões de hoje são capazes de transportar e da capacidade do produtor.

O caso mais grave listado no levantamento do governo é mesmo o de Itaberaí, município localizado na metade do caminho mais viável entre a antiga e a atual capital do Estado. A reconstrução da ponte de 50 metros que desmoronou no dia 4 de janeiro está estimado em R$ 3,6 milhões. O Plano de Situação e Recuperação das Rodovias Goianas elaborado pela Agetop ainda prevê a duplicação do trecho que vai da ponte até o trevo da GO-156, o que deve custar mais R$ 2,5 milhões.

Como as obras nem começaram em Itaberaí, a alternativa oferecida para os motoristas é passar sobre uma ponte metálica emprestada pelo Exército Brasileiro. Antes da instalação da estrutura cedida por empréstimo, o tráfego de veículos entre Goiânia e a cidade Goiás chegou a ficar nove dias interrompido na rodovia, no começo do mês. A interdição provocou prejuízos aos moradores, viajantes e produtores da região. Na última quarta-feira, a ponte metálica foi novamente interditada para realização de ajustes e está com liberação prevista para hoje. Durante as interdições, o Corpo de Bombeiros fez mais de cinco mil travessias de moradores no Rio das Pedras.

Situada na GO-222, no trecho entre Nerópolis e Anápolis, a ponte sobre o Ribeirão João Leite está com tráfego interrompido desde dezembro do ano passado devido às rachaduras. Com as chuvas do começo do mês, a ponte desmoronou. Com a interrupção do tráfego na rodovia, os moradores do distrito de Goialândia construíram uma passagem improvisada, que teve de ser destruída pela Agetop.
Foi preciso recorrer à Polícia Militar para garantir a remoção, pois a população protestou contra o isolamento a que foi submetida. Na terça-feira passada, os moradores reergueram a passagem, que novamente foi desmontada. O impasse será resolvido somente com a construção de uma nova ponte, cujo projeto estima custo de R$ 934 mil.

Ainda há outras três pontes que demandarão obras de arte especiais, devido à complexidade das técnicas de engenharia que serão aplicadas. Trata-se das estruturas que serão construídas na GO-302 sobre o Rio Corrente, na GO-432, sobre o Rio Itapirapuã e na GO-529, no trecho entre São Francisco e Jesúpolis. Essas obras tem custo avaliado em R$ 5,3 milhões.

Nas rodovias não-pavimentadas a situação se repete. Ao todo, são 28 pontes arruinadas em estradas de terra, construídas com madeira e algumas partes de concreto. Por elas passam parte expressiva da produção de leite e hortifrutigranjeiros, gado bovino e suíno, além de estudantes que saem da zona rural e se dirigem às escolas na cidade.

O Plano de Situação e Recuperação das Rodovias Goianas foi elaborado pela Agetop para descrever as condições atuais das estradas administradas pelo Estado e para servir como projeto a ser apresentado em fontes de investimento. O Banco Mundial foi a primeira instituição a receber o documento, ao qual O POPULAR teve acesso. No entanto, a agência pretende buscar recursos em um programa de investimentos destinado exclusivamente às pontes de concreto armado, oferecido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento.

O Popular //

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