40% dos carros faltam a recalls no Brasil.
A partir de 1º de novembro, os recalls passarão a constar no Renavam do veículo
Brasília- Entre 30% e 40% dos proprietários de veículos informados por montadoras para um recall não atendem ao chamado, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério da Justiça. Por esse motivo, a Secretaria de Direito Econômico (SDE) do MJ e o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), do Ministério das Cidades, assinaram um convênio para troca de informações. Além disso, a partir de 1º de novembro, os recalls passarão a constar no Renavam do veículo, como também a informação sobre se o consumidor levou o automóvel para o reparo ou não. Em alguns dias, a portaria que trata do assunto será divulgada.
Neste ano até ontem de acordo com o Ministério, foram realizados 34 recalls em veículos e 8 de motocicletas. Neste total, não estão os recalls da Honda (veja nesta página) e da Peugeot. Ao longo de 2009 inteiro, foram 36 os chamados, a maior incidência de ocorrências desde o início do governo Lula, em 2003. Nesses quase oito anos, 236 recalls foram realizados por montadoras brasileiras. De longe, a chamada de consertos de veículos é o procedimento mais comum. Segundo o Ministério da Justiça, desde 2003 também foram realizados cinco recalls em alimentos; 35 em motocicletas; 13 em equipamentos de informática; 19 em medicamentos; 14 em brinquedos e 28 em “produtos” em geral.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) já informou ao Denatran quais veículos devem passar por recall. Agora, informará quais efetivamente foram submetidos a ele.
” questão do recall sempre nos preocupou porque é uma questão que diz respeito à segurança. O recall pode ser uma peça de maior ou menor importância, mas pode ser uma peça vital, ligada a freio, suspensão…”, considerou o ministro das Cidades, Márcio Fortes.
A medida, segundo ele, visa a chegar a todos os consumidores que adquirem veículos. “Não é todo mundo que lê o jornal e fica sabendo que seu veículo está afetado”, disse. Fortes salientou que, apesar de a responsabilidade do conserto ser da montadora, na maioria das vezes, a empresa não tem acesso ao proprietário atual do veículo. Com a anotação no Renavam, o cliente poderá ter acesso à informação.
Defesa O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, enfatizou que o recall é um instrumento de defesa para o consumidor. “É o momento em que o fabricante reconhece o problema e chama a população para resolver o problema”, afirmou. Além disso, a importância da informação no recall se dá, de acordo com o ministro, por conta da venda do veículo a terceiros. “Quem comprar saberá se o recall foi feito ou não e isso deixará os consumidores mais atentos. É um ato que traz mais transparência”, comentou.
Para Barreto, com a inscrição no Renavam, o índice de 60% a 70% do número de clientes que não atendem ao chamado das montadoras será reduzido. “Certamente vai melhorar esse índice”, previu. Ele enfatizou que a empresa se dispôs a fazer o conserto de graça e passa a ser de responsabilidade do consumidor levar o veículo à concessionária para fazer o conserto. “Isso deixa de iludir um novo consumidor.” Barreto lembrou que o recall não tem prazo e continua a ser de graça.
Honda convoca 127 mil City e New Fit
São Paulo- A Honda Motor informou que está realizando no Brasil um recall de 126.774 automóveis dos modelos City (ano/modelo 2010 em diante) e New Fit (ano/modelo 2009 em diante) por causa de potenciais problemas com o sensor de aceleração. Em casos extremos, a entrada de sujeira e partículas presentes no assoalho na parte interna do mecanismo do pedal de aceleração pode causar dificuldades na redução da velocidade do automóvel e gerar acidentes, disse a montadora em um comunicado no seu site na internet.
A Honda informou que os proprietários dos automóveis envolvidos no recall devem comparecer a partir de segunda-feira, dia 18, em qualquer concessionária autorizada da marca para a aplicação gratuita de uma proteção suplementar no sensor do pedal do acelerador. A empresa afirmou que as demais versões da linha Fit, bem como outros modelos da marca, não estão envolvidos na campanha.
Outras montadoras brasileiras também foram prejudicadas por recalls este ano, como as unidades locais da Toyota, Fiat, Volkswagen e Ford. Os recalls no País, que é o quarto maior produtor de automóveis do mundo, já afetaram mais de 800 mil unidades em 2010.(Folhapress)
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