PAC só contempla 6,2% das demandas rodoviárias.


Estudo divulgado semana passada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) comprova que os investimentos públicos destinados à melhoria da malha viária federal são infinitamente inferiores às deficiências acumuladas pelo setor ao longo das últimas décadas. O trabalho, que identificou os impactos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo Federal na melhoria da infraestrutura viária brasileira, constatou que, se as coisas vão mal no Brasil, pior ainda para Goiás.

Dados mostram que os investimentos do PAC representam apenas 6,2% das demandas do Estado por obras rodoviárias. O porcentual representa menos da metade do índice médio de investimentos do programa nos demais Estados.

A pedido do POPULAR, os técnicos do Ipea mapearam as obras rodoviárias necessárias para Goiás e cruzaram a informação com os recursos do PAC. As intervenções necessárias, que envolvem da pavimentação de estradas à implantação de pontes, somam quase R$ 8,3 bilhões. Desse total, veio do PAC cerca de R$ 516 milhões, ou 6,21% da demanda.

O índice é menor do que o encontrado para a Região Centro-Oeste (9,9%) e está bem aquém da média nacional, onde o programa federal cobre cerca de 13% das demandas identificadas, segundo o Ipea. “As Regiões Centro-Oeste e Nordeste foram menos contempladas pelo PAC que as demais. O resultado nos leva a constatar que não há uma preocupação muito evidente do programa em diminuir as desigualdades regionais do ponto de vista da infraestrutura rodoviária”, disse ao POPULAR o coordenador do estudo, Carlos Alvares da Silva Campos Neto.

O pesquisador ressalta que o déficit entre a demanda e o que foi efetivamente investido criou gargalos difíceis de serem contornados, mesmo com o avanço dos investimentos públicos nos últimos anos.

Assim como no Brasil, em Goiás o PAC representou menos impacto nas intervenções relacionadas com obras de recuperação, adequação e duplicação da malha rodoviária federal – 6%, em média. Nas obras de construção e pavimentação, o porcentual de investimentos do PAC em Goiás chegou a 11% – ainda assim inferior à média nacional.

Questionado pelo POPULAR, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) argumentou que os investimentos do PAC n a malha viária do Estado foram aplicados integralmente e que os valores destinados às obras são superiores aos informados pela pesquisa do Ipea. Contudo, não repassou dados concretos dos investimentos.

O Popular – Deire Assis //

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