HGG realiza cirurgias de ‘pectus excavatun’, inéditas pelo SUS em Goiás

Dois procedimento são realizado por cirurgiões da unidade do Governo de Goiás e por professor da USP, para corrigir deformidade conhecida também como "peito de sapateiro"

Cirurgiões do HGG e da USP em um dos procedimentos realizados na unidade do Governo de Goiás

O Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) realizou, nesta semana, duas cirurgias de pectus excavatun, deformidade conhecida como "peito de sapateiro”. O procedimento cirúrgico foi feito por meio de videotoracoscopia, de forma minimamente invasiva, com a técnica de Nuss, na qual o cirurgião coloca uma prótese curva para elevar a depressão até o nível normal, sendo necessária até três barras de titânio, utilizando-se também fixadores laterais entre as barras, que são parafusadas, para impedir o deslocamento delas.

Na rede pública de saúde em Goiás, a técnica é realizada apenas no HGG, que também é pioneiro pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no tratamento cirúrgico de defeitos congênitos do tórax no Estado. As cirurgias foram realizadas por Miguel Tedde, cirurgião torácico do InCor, da Universidade de São Paulo (USP); os médicos da equipe de cirurgia torácica do HGG, Miguel Angel Corrales, Marcelo Loze e Pedro Evaristo Machado Cunha, além de cirurgiões torácicos de Goiânia que acompanharam o procedimento.   

A pectus excavatun é uma deformidade que pode causar a compressão de câmaras cardíacas e restrição pulmonar nos casos mais graves, motivo pelo qual a cirurgia é indicada. Após o procedimento, o paciente permanece no hospital por sete dias, e a recuperação total é de aproximadamente 60 dias.

Com a utilização das barras de titânio, material apropriado para fazer implantes, a cirurgia ficou mais segura, pois garante mais estabilidade, consequentemente, um resultado mais efetivo. O corpo demora em média três anos para que ossos e cartilagens se acostumem na nova posição. Com isso, uma nova cirurgia é realizada para a retirada das barras.

Miguel Angel explicou que, por se tratar de uma técnica menos invasiva, a recuperação e os efeitos pós-operatórios são melhores. E, associados a todos estes benefícios, é importante que se considere também a melhoria dos aspectos psicológicos e sociais, levando à melhora da qualidade de vida do paciente.

“Um dos pilares nos atendimentos aos pacientes do HGG é o tratamento humanizado, e esse procedimento, no ponto de vista funcional e de ganho de vida do paciente, resulta em menos dor, menos tempo de internação, e o resultado final da correção da deformidade é bem melhor. A nossa expectativa é que tenhamos no nosso ambulatório um fluxo de paciente com essa deformidade cada vez maior, portanto, a ideia é que ele seja estabelecido na nossa rotina”, afirmou. 

Miguel Tedde, que também é professor na USP, fez questão de ressaltar sobre a parceria e troca de experiências. “Vim a convite do dr. Miguel, meu xará. A gente se conhece há muito tempo, um excelente cirurgião torácico, e o que aconteceu é que não é uma cirurgia nova, mas esse material, que está substituindo um material importado, foi desenvolvido recentemente em dois projetos de pesquisa da USP. E, por conta disso eu vim auxiliar no uso desse novo material", relatou.

"O HGG é um dos poucos lugares que oferecem esse tratamento para pacientes do SUS. Então, o meu desejo é que se perpetue, pois seria fantástico essa parceria, especialmente para que pudéssemos, juntos, apresentar em congressos. Tivemos a presença de outros cirurgiões, e todos trazem suas experiências. E compartilhar é ótimo, ajuda a rever os métodos e a incorporar novas sugestões. Essa troca de informações é  fundamental entre profissionais que trabalham há muito tempo na área e têm a intenção de oferecer o melhor para o paciente. É algo que renova, isso é muito legal”, considerou.

Nayane Gama do Nascimento (texto e foto)/Idtech

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