Cuidados paliativos no HDT é dignidade e qualidade de vida em todas as fases da doença

Núcleo especializado da unidade do Governo de Goiás já acolheu mais de 1,1 mil pacientes e reforça a importância do cuidado integral, do acolhimento às famílias e do acesso universal

 Cuidados Paliativos na unidade do Govern de Goiás: dignidade e acolhimento em cada gesto

O Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) vem se consolidando como referência em cuidados paliativos no Estado. Desde a implantação do Núcleo de Cuidados Paliativos, em 2017, a unidade já acompanhou mais de 1,1 mil pacientes com doenças graves, oferecendo atendimento humanizado e multidisciplinar. Atualmente, em média, 22 pacientes por mês recebem suporte especializado da equipe, que hoje acompanha diretamente dez internados.

Segundo o fisioterapeuta Fabrício Soares de Paula, coordenador do Núcleo Técnico Científico de Cuidados Paliativos da unidade do Governo de Goiás gerida pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), os números refletem não apenas a crescente demanda, mas também o fortalecimento do serviço. “Esse crescimento demonstra a consolidação do nosso núcleo como referência dentro do hospital e no Estado. Nosso objetivo é aliviar o sofrimento e garantir qualidade de vida aos pacientes e suas famílias, caminhando lado a lado com os tratamentos convencionais”, destaca.

A médica paliativista do HDT e vice-presidente da Academia Estadual de Cuidados Paliativos de Goiás (AECP-GO), Amanda Travaglia Vitoy, reforça a importância de desmistificar os cuidados paliativos, frequentemente confundidos como assistência apenas no fim da vida. “Esse é um equívoco comum. Os cuidados paliativos devem ser iniciados desde o diagnóstico de uma doença grave, para oferecer suporte físico, emocional, social e espiritual. O foco é proporcionar dignidade e conforto em todas as fases da doença”, explica.

Entre os principais mitos apontados pelos profissionais estão a ideia de que os cuidados paliativos representam desistência do tratamento. No HDT, o serviço é multiprofissional e envolve médicos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, enfermeiros, assistente sociais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutrição e outros especialistas, além de incluir a família no processo de cuidado.

Café Paliativo Integrativo
Para ampliar a conscientização, o hospital promove ações educativas com pacientes, familiares, comunidade e equipes assistenciais. De 13 a 17 de outubro, o HDT realizará a Semana Mundial de Cuidados Paliativos, com rodas de conversa, atividades de sensibilização e o Café Paliativo Integrativo, no dia 16, que reunirá lideranças da saúde e especialistas da área.

Neste ano, a campanha da Aliança Mundial de Cuidados Paliativos e Hospice (WHPCA) traz o tema Alcançar a Promessa: Acesso Universal aos Cuidados Paliativos, reforçando a urgência de expandir esse atendimento. Para a médica Amanda Vitoy, a recente Política Nacional de Cuidados Paliativos, publicada em 2024, representa um avanço, mas ainda exige implementação efetiva em todo o País.

“É fundamental que a sociedade participe desse movimento, cobrando políticas públicas e reconhecendo os cuidados paliativos como um direito. Sempre há o que fazer por quem enfrenta uma doença ameaçadora à vida, e esse cuidado precisa estar acessível a todos”, reforça a médica.

Cejane Pupulin (texto) e Suyanne Dias (foto)/ISG

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