Evento promovido pela Sociedade Goiana de Pediatria (SGP), entre outros temas, discutiu baixos índices de vacinação infantil, transtorno do espectro autista e doenças da infância

A Sociedade Goiana de Pediatria (SGP) realizou neste sábado (25), a primeira edição do Congresso Goiano de Pediatria, no Hotel Clarion, em Goiânia, com participação de especialistas de todas as regiões do estado, que discutiram inovações científicas e apresentação das atualizações voltadas para a saúde de crianças e de adolescentes.

Representando a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), o subsecretario de Vigilância e Atenção Integral à Saúde, Luciano de Moura Carvalho, destacou os desafios da área, como superlotação das unidades de urgência e emergência, necessidade de fortalecimento da atenção básica, regionalização da saúde, baixos índices de vacinação e o ressurgimento de doenças até então erradicadas.

Ele ressaltou que todas as decisões da pasta, buscam averiguar as discussões e orientações das sociedades médicas. “Entendemos que é aqui onde acontece a ciência, e isso não pode ser dissociado das decisões de gestão, do que vamos fazer na saúde pública”, afirmou, reiterando a disponibilidade da SES em ter um canal aberto de comunicação com a SGP.

“Necessitamos dessa aproximação com a sociedade goiana de pediatria, especialmente quando temos grandes desafios a serem cumpridos”, afirmou, acrescentando que o secretário estadual de saúde, Sérgio Vencio, fez questão da pasta participar do congresso da SGP. 

A presidente da SGP, Valéria Granieri, destacou que é função das sociedades médicas oferecer atualização para as especialidades. “A SGP se esmera nisso, buscando sempre o melhor para nosso pediatra, para que nossas crianças tenham uma assistência de qualidade”, afirmou, acrescentando que em Goiás existem 1.264 pediatras.

 Queda da imunização
Um levantamento do Ministério da Saúde constatou que somente nos dois primeiros meses de 2022, o sarampo teve mais de 17 mil casos notificados no país – fator que aponta para um risco real de uma epidemia da doença. Já a poliomielite, conhecida como paralisia infantil, teve cobertura de apenas 67% da população infantil em 2021.

“Ainda há muita desinformação que impede o avanço da imunização infantil, além do medo das reações e o desconhecimento da gravidade das doenças que hoje estão erradicadas. A pediatria tem papel fundamental em ajudar na conscientização das famílias e é por isso que esse assunto também consta em nosso congresso,” finalizou a presidente da SGP.

Outros temas voltados ao cuidado com a criança e o adolescente também integraram a programação, especialmente aqueles que acendem sinais de alerta, como tentativas de autoextermínio, sua relação com as redes sociais e problemas emocionais nessa faixa etária. Discussões relacionadas à abordagem terapêutica do TEA (Transtorno do Espectro Autista), os desafios da amamentação e emergências pediátricas também compuseram as palestras e mesas redondas.

Patrícia Almeida, com informações da assessoria de comunicação da SGP.

Fotos: Marco Monteiro