Encontro integra programação de ensino e pesquisa da unidade e reúne mais de 80 profissionais durante dois turnos, para promover envolvimento de toda a equipe do Crer

O Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) iniciou o ciclo de reuniões científicas de 2023.  Em busca de promover informação e conhecimento científico atualizado sobre pesquisas e inovações na assistência em saúde no contexto de comunicação de notícias difíceis, a Supervisão de Ensino e Pesquisa do Crer promoveu, na quinta-feira (8/3), a primeira reunião científica de 2023, com o tema Comunicação de Notícias Difíceis em Saúde.

O encontro teve como objetivo promover o envolvimento de toda a equipe do hospital na troca de informações e experiências durante a apresentação e discussão de casos clínicos entre grupos de profissionais de saúde, colaboradores do Crer e residentes das mais diversas especialidades e pacientes convidados para darem depoimentos sobre sua percepção e experiência pessoal. No evento, participaram 80 profissionais do Crer, durante dois turnos.

Para a psicóloga hospitalar e palestrante do encontro, Mariana Batista Leite Leles, a má notícia é toda notícia que tem o potencial para mudar drástica e negativamente a perspectiva de futuro de uma pessoa. No cenário da saúde isso ocorre com diagnósticos de doenças, de falhas terapêuticas e de diversas situações.

“Falar desse tema é essencial para o cenário hospitalar, porque é algo que faz parte da nossa rotina diária. Principalmente em alguns ambientes do hospital, como UTI e Unidade de Cuidados Paliativos. E para isso é preciso de um trabalho multiprofissional”, afirma.

A palestrante Tárina Moreira César da Fonseca, médica pediatra e neonatologista especialista da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), reforçou a necessidade de entender o que é uma notícia difícil em diferentes contextos e explicou o protocolo Spikes, que é uma metodologia sistematizada para tratar notícias difíceis.

“Acho importante também debater um pouco sobre o cuidado de quem cuida, o impacto das notícias difíceis na equipe e o que pode ser feito para minimizar o processo de tristeza. Esse é um tema muito importante, porque na área da saúde as notícias difíceis acontecem a todo momento, e não se dá uma notícia duas vezes. Então é necessário ter técnica para abordar o paciente e desenvolver repertório para lidar com aquilo que afeta o profissional de saúde”, explicou.

Para a psicóloga hospitalar do Crer Cerjana Santana Neves, obter mais informações sobre essa temática é importante, pois a comunicação é a base das relações e contribui para as definições de conduta, e é sempre necessário um resgate, uma educação continuada para todos os profissionais da assistência, para auxiliar e aperfeiçoar as habilidades.

“Mesmo que seja uma das tarefas mais difíceis para nós, profissionais de saúde, é necessário que tenhamos compreensão de quais são as maneiras que devemos transmitir uma notícia difícil, pois poderá afetar o paciente e os familiares frente ao entendimento do diagnóstico e prognóstico, e a vida, porque quem recebe a informação dificilmente esquecerá daquele momento”, pontuou.

O encontro científico contou com palestras multidisciplinares e depoimentos de usuários que abordaram diferentes temas relacionados a notícias difíceis:

– Comunicação de notícias difíceis em saúde: perspectivas da psicologia, ministrada pela psicóloga hospitalar e palestrante do encontro, Mariana Batista Leite Leles;

– Comunicação de notícias difíceis, o que são as notícias difíceis e como comunicá-las de maneira humanizada, ministrada por Tárina Moreira César da Fonseca;

– Depoimento dos pais do paciente do Crer José Antônio Moreira Camilo, Thalita Moreira de Jesus e Fábio Camilo Alves;

– Comunicação de notícias difíceis na pediatria, ministrada pela psicóloga do Crer Joyce Souza dos Santos;

– Comunicação assertiva no contexto da equipe multiprofissional, ministrada pelo enfermeiro do Crer Júnio César Machado;

– Experiência e percepção do paciente diante da comunicação de notícias difíceis, ministrada pela paciente do Crer, Kamilla Nunes dos Santos.

Juliana Saran (texto e foto)/Agir