Curso ministrado por neurologista da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás é voltada para médicos que atuam em unidades de saúde das redes pública e privada de todos os municípios goianos

A Central Estadual de Transplantes, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), realizou uma capacitação para determinação de morte encefálica (ME), nesta quinta-feira (2/3). O curso é voltado para médicos que atuam nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e emergências dos hospitais públicos e privados em Goiás. 

De acordo com a gerente da Central de Transplantes, Katiúscia Freitas, o curso é uma determinação do Conselho Federal de Medicina (CFM) e é obrigatório para os médicos que vão atuar no diagnóstico de ME. A capacitação foi realizada no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), em Goiânia. 

“Este curso é uma ferramenta muito importante de qualificação dos médicos, porque envolve o direito do paciente de receber o diagnóstico de morte encefálica e, ainda, o processo de compreensão e aceitação da família”, explica Katiúscia. Ela esclarece que o diagnóstico de ME é obrigatório e fundamental para a melhora nos índices de doadores de órgãos. 

“Um paciente só pode ser um possível doador de órgãos caso venha a óbito por morte encefálica e tenha a autorização da família. O treinamento dos profissionais também contribui para diminuir a recusa dos familiares, pois reforça a necessidade de comunicação e acolhimento das famílias após o diagnóstico”, completa a gerente. 

Ao ministrar o primeiro momento do curso, a neurologista Aracelle Victor, médica da Central de Transplantes, fez um histórico do diagnóstico de ME e destacou os principais pontos da legislação brasileira sobre o diagnóstico de ME. “Além da capacitação, o nosso objetivo é dar suporte aos profissionais que trabalham dentro das UTIs, o que facilita a conclusão do protocolo de morte encefálica”, pontuou a médica. 

Capacitação
O curso para determinação de ME é realizado pela Central de Transplantes de acordo com a necessidade e interesse dos profissionais. A capacitação desta quinta-feira foi a segunda realizada neste ano. “Nós abrimos as inscrições para médicos de todo o Estado de Goiás e pretendemos fazer mais quatro capacitações ainda em 2023”, previu Katiúscia. 

São necessários critérios rigorosos para a conclusão do diagnóstico de morte encefálica. O diagnóstico consiste em etapas que incluem dois exames clínicos, um teste de avaliação da parte respiratória e um exame complementar para comprovar a ausência de fluxo sanguíneo ou atividade elétrica cerebral. Só após essas etapas é que a morte encefálica é confirmada.

Isabela Melo (texto) e Iron Braz (foto)/Comunicação Setorial