Setembro Amarelo: Hugol alerta para casos de tentativa de suicídio

Os atendimentos em traumatologia devido a queimadura, queda, afogamento, arma de fogo, arma branca, intoxicação e perfuração realizados pelo Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira – Hugol ocorrem principalmente por acidentes, imprudência e violência. Uma causa com menor proporção quantitativa, entretanto com maior atenção para a sociedade, são os atendimentos em casos de tentativa de suicídio. Desde a inauguração da unidade, em julho de 2015, até junho de 2017, foram 141 casos notificados pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar do Hugol.

“Abordamos os pacientes nesse perfil com muito cuidado e respeito, com foco no acolhimento, para desencorajar novas tentativas. Inclusive, avaliamos esse risco imediato diariamente durante a internação para a definição de condutas e acompanhamentos especiais, se necessário”, afirma a psicóloga hospitalar da unidade, Giselli Batista Alves.

O assistente social do Hugol, Wilian Kaster, complementa que, durante a internação hospitalar, a família é parte integrante dos cuidados ao paciente. “Buscar informações junto à rede sociofamiliar do paciente que possam auxiliar na conduta e no encaminhamento é fundamental para facilitar a comunicação e as estratégias de intervenção”, explica Kaster.

Dentre os desafios encontrados para essa tipo de assistência, a psicóloga destaca ainda a importância de incentivar o paciente na busca por sentido de vida e de manter um acompanhamento especializado regular. “Precisamos desmistificar o preconceito que se tem contra a pessoa que tenta suicídio; a pessoa está em sofrimento e doente, precisa ser entendida e tratada para construir uma nova história com mais sentido e significado. É preciso encontrar motivos para se manter vivo”, relata Giselli.

O hospital é responsável pela assistência de urgência e emergência, por isso, após a melhora clínica do paciente, há o encaminhamento para o tratamento psiquiátrico medicamentoso e, posterior à sua alta, encaminhamento à rede pública de tratamento psicossocial.

Segundo a psicóloga hospitalar que atua diretamente na atenção aos pacientes vítimas de queimaduras, a questão é multicausal e tem que ser tratada em suas diversas facetas. “A depressão é o principal problema psiquiátrico que acompanha as tentativas de autoextermínio, mas esquizofrenia, alcoolismo e outros transtornos mentais e de personalidade também estão presentes e podem ser tratados antes da concretização de um planejamento de autoextermínio. Então acolha, escute e se importe – apenas quando a pessoa se sente compreendida é que há a abertura para uma real ajuda”, avalia.

Você precisa de ajuda? Entre em contato através do número 141 do Centro de Valorização da Vida – CVV.

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